Está em alta uma palavra tão
simples, mas tão poderosa e acho que ela deveria ser disseminada muito mais
vezes do que realmente está sendo. Poderia ser mais popular que sertanejo universitário,
onde 99% é misógino, racista e lgbtfóbico, mas aquele 1% está desconstruído. Sim,
a palavra da vez é desconstrução.
Essa semana eu estava assistindo
um documentário (e nem sou fã do gênero) sobre padrões, mas padrões que não se
falam com muita frequência. Por quê? Não sei, mas estou sentindo cada vez mais
uma preocupação de se descontruir tudo, inclusive a formação dos homens da
nossa sociedade. E não falo de gays, mas dos “machos alfas” e héteros que somos
moldados para ser desde que nascemos. Vejo tentativas de desconstrução de
ideologias sobre o feminino, de empoderamento negro e orgulho lgbt, mas ninguém
estava vendo que, na verdade, todos os lados sofrem pressões.
E não é tentando diminuir um ou
priorizar o outro, até porque se entende que só por ser homem a pessoa já vá
ter privilégios inerentes ao gênero. O problema que surgiu na minha cabeça e
que vem me incomodando muito esse último mês é que estamos sujeitos a caixinhas
às quais somos impossíveis de se moldar. Nascemos livres e nascemos autênticos,
mas isso vem nos sendo tirado desde cedo, desde a camisa azul ou o vestido rosa
da maternidade. Vivemos em uma sociedade que a padronização chegou a um nível
onde ser não importa.
No documentário “The Mask YouLive In”, vários meninos contam a sua visão de mundo e somos apresentados a um
dado chocante: nos Estados Unidos o número de suicídio masculino é absurdamente
alto, superando o feminino. Tolhemos sentimentos, tiramos deles o direito de
ser sensíveis, de mostrar fraqueza. Cobramos tanta força dos meninos e cobramos
de uma forma extremamente injusta. Forçamos crianças a entrarem em caixas
ideológicas irreais, envenenamos psicologicamente estas crianças tão
automaticamente que nem nos damos conta. Já fui criança, já sofri as
consequências dos padrões e agora lido com a criação de um menino, me policiando
o tempo todo para que ele seja livre para ser o que ele quiser, para demonstrar
o sentimento que ele quiser e para amar quem ele quiser.
Seja livre. Seja você.
Desconstrua. Está todo mundo mal.
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