Ai Se Eu Te Pego, BBB12

Nossa, nossa assim você me mata”. É assim que começa a música que levou o sertanejo universitário para os holofotes mundiais, saindo direto do Brasil, claro. A música do Michel Teló é, atualmente, primeiro lugar no TOP 10 do iTunes da Bélgica, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal, Espanha e Suiça – deixando para trás artistas como Rihanna, Adele, Lana Del Rey, Katy Perry e Gotye – e segundo lugar na Alemanha e Grécia – perdendo para Imany e Gotye, respectivamente.

Mas não vim falar de posição em iTunes ou de spot em matéria da Forbes, o meu assunto é mais embaixo (bem mais embaixo). Só quero deixar bem claro que não estou aqui discutindo a qualidade da música do Teló e nem vou colocar minha opinião sobre ela, mas apenas sobre ela.

Em épocas de internet onde liberdade de expressão virou argumento da moda e respeito virou sinônimo de censura, todo movimento que tenha sucesso cria um contra movimento mais forte do que ele próprio. É assim com Justin Bieber e Restart, foi assim com Cine, Fresno e bandas de cenário emocore. Está sendo assim nesta luta virtual entre ateus e cristãos. E por que? A minha teoria é que as pessoas estão presas em uma Síndrome dos Engenheiros do Hawaii (que eu acabo de inventar e você pode colocar a banda/cantor que você desejar desde que caiba no conceito). Esta síndrome consiste em bandas que no consenso geral você tem que gostar. Você não pode pensar sobre elas, você simplesmente gosta. É assim com várias bandas de rock nascidas umas décadas atrás, é assim com os Tropicálias e com muitos outros artistas que se você não gosta você é jogado na fogueira e queimado como pecador. O problema é que essa lista não se atualiza, a Globo acha que tudo o que vem depois é passageiro, só aqueles velhos devem se manter no topo. É isso que se vê o tempo todo.

O Michel Teló não está nesta lista. Uma lista mantida, seguida e idolatrada por uma falsa elite intelectual que procura manter um status quo que nunca existiu. Uma elite que é tão (ou mais) ignorante quanto aquelas pessoas que elas criticam. E ai você começa a ver comentários absurdos contra o reconhecimento do “Ai Se Eu Te Pego”, do Michel Teló, até comentários como “ele parece uma lésbica” (que também fazem contra o Bieber, mas eu nunca entendi o que isso tem a ver com a qualidade ou não da música).

E se eles querem te dizer o que escutar, também querem ditar o que se deve assistir. Começo do ano é época de divulgação dos confinados do BBB do ano. E com eles os comentários babacas daqueles que não gostam. Mas não pode apenas não gostar, tem que espalhar para todo mundo que você não gosta para manter a imagem de ser pensante. Já venho me desanimando horrores com o facebook, pensando em parar de usar o site de relacionamento há algum tempo. Tenho quase certeza que em época de BBB a coisa vai ficar pior. O compartilhamento de imagens com frases do tipo: “Esta pessoa gosta de feijão com arroz. Se você também gosta, compartilhe”, broxa qualquer ser humano com bom senso. Portanto não se assustem quando eu sair do facebook durante ou após o BBB.

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