Ruminar

Foi só o tempo que passamos juntos. Foi apenas esse momento que você fez questão de esquecer. O momento mais feliz da minha vida passou simplesmente despercebido para você. E eu ainda escrevo palavras que eu nunca vou dizer, marca da cicatriz sobre a ferida que ainda não quer fechar. Não é você, sou eu. Faz anos que não te vejo e não sinto a tua falta, não espero você me ligar, não torço mais para o seu namoro acabar. Não torço por nada em relação a você, não espero nada em relação a mim. Sou eu que fico remoendo sentimentos perdidos no tempo, que fico escrevendo sobre coisas que nem sinto mais. Fui eu que não que não quis mais te ver todos esses anos, fui eu que resolvi apagar tudo o que você deixou em mim. O problema é que tudo se repete e me vi dentro da mesma situação, novamente. Mas não eras tu, agora era ela. Ela e ele. Ele e ela. Tudo de novo, como se a história se repetisse. Deja vu. Mas agora já estou armado, vesti a armadura e segui em frente sem lágrimas nos olhos, sem vontade de gritar, apenas armado contra o que poderia me derrubar. Novamente. Disfarço o olhar, finjo que nem ligo e não ligo mesmo. Se tem uma coisa que eu sei fazer bem nesta vida é desistir de alguma coisa, desistir de um sonho. Me sinto mais feliz assim, sozinho. Livre.

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