O Que Eu Deixei Para Trás

Paro para analisar o meu rastro, o que estou deixando para trás, que impressão deixei pelos lugares que passei, será que ainda lembram-se do tempo que eu passei por lá? Olhei para trás, não como um saudosista, mas como um pesquisador curioso numa tentativa de um estudo impessoal. Encontrei sorrisos, alegrias, raivas, relações, paixões, desilusões. Senti orgulho, felicidade, tristeza e pena de mim mesmo. Achei-me ridículo, me achei bonito, me achei inteligente, me achei feio, me achei esnobe, me achei arrogante. Me vi de várias maneiras e de várias formas, me conheci um pouco mais e descobri que não sou nem pior nem melhor que ninguém, apenas sou eu.

Analisei os sorrisos, os momentos felizes. As pessoas com quem eu estava me faziam sentir aquilo, mesmo que eu parecesse alheio a tudo o que acontecia, mesmo que eu não falasse muito ou quase nada. As pessoas me fazem rir (não num mal sentido) quando realmente importam para mim, quando me fazem sentir aceito como eu sou, quando se importam, ou parecem se importar, com meu ponto de vista, de como eu encaro certas atitudes e, principalmente, o respeitam. Respeito para mim é fundamental numa relação. Sim, descobri que respeito é fundamental nas minhas atitudes, tento respeitar ao máximo a opinião das pessoas e me irrito quando não vejo reciprocidade. E não me irrito fácil, entretanto. Descobri-me um ser complexo, muito mais do que já tinham me dito. Sou inconstante, estranho, único. O que é bom, ganho destaque, e é ruim, a maioria das pessoas podem não gostar e me afastam do convívio social.

Sou (quase sempre) a última opção de companhia para algumas pessoas, mas também estou entre as cinco companhias mais desejadas da lista de mais algumas. Meu mundo se confunde entre real e virtual e, por mais estranho que pareça, tenho muito AMIGOS nessa rede louca que chamamos de internet. Amigos para quem conto meus problemas, que me ajudam com minhas dúvidas, que compartilham os mesmos gostos (ou não), que me rotulam, que me dão apelidos comestíveis. Participo de redes sociais, jogos de RPG e exponho toda a minha vida pouco interessante para quem quiser ver.

Choro. Sim, eu choro. Mesmo que não seja um choro em que lágrimas caiam pelo meu rosto até despencarem numa queda livre em direção ao chão, é um choro. A timidez é total inimiga de expressar os sentimentos, com ela quanto menos você demonstrar melhor. Paixões mal resolvidas, amores impossíveis. Me apaixonei pela pessoa errada mais de uma vez, não tive nem a chance de falar “eu te amo”, não tive coragem de falar. Não queria ser o motivo para o fim da relação tão bem resolvida de outrem, também não quero que o outra pessoa saiba que a quero quando ela não pode ser minha. E então eu choro o choro invisível dos solitários. Desisto do amor, jogo tudo para um canto do quarto e vou a luta vestindo uma armadura contra o sentimento.

Poucos amigos, alguns sorrisos e muitas tristezas, é assim a análise final do meu caminha até aqui. Coloco tudo na balança, e percebe que não é quantidade que tem importância nessa vida, mas sim a qualidade. Poucos amigos pesam mais que um milhão de tristeza e até muito mais que um milhão de conhecidos. Alguns sorrisos valem muito, mas muito mais, que todo e qualquer problema ou desilusão. Sigo em frente com a certeza de que não quero milhões de amigos, não quero apenas alegrias, mas quero momentos que façam valer a pena cada momento vivido.

Um comentário:

  1. Thiago, te encontrei navegando em outros blogs e vou dizer, não consigo entender como você não é muito visitado!! Adorei sua maneira de escrever e me identifiquei demais! Eu gostaria de ter conseguido falar de coisas que eu sinto assim como você falou. Voltarei mais vezes, não abandone seu cesto de lixo não, eu quero ler coisas novas!! Beijos.

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