Quando mudam por você

Todos temos que concordar que nascemos em um contexto específico. Um contexto formado, principalmente, pelos nossos pais, seguido pela nossa família, pelos amigos dos pais, pela sociedade local do lugar onde nascemos e tantas outras coisas externas que seriam impossíveis listar em palavras apenas. Recebemos informações, as processamos como corretas e em algum momento da nossa infância formamos o que muitos chamam de caráter (aqui não tenho nenhuma formação científica sobre o assunto, só para deixar claro).

Formamos nossas crenças. Escolhemos o que acreditamos e podemos mudar isso, ou não, dependendo das situações com as quais nos deparamos na vida. Dependendo do quanto nos permitimos sair da nossa zona de conforto. Algumas pessoas permitem que sejam mudadas, outras não. As que se permitem mudar, mudam por vários e diferente motivos. Por contato com diferentes culturas, diferentes contextos, por ter a mente aberta para novos pontos de vista… Por amor.

Entre uma discussão e outra. Conceitos diferentes, desapegos e dependências. Conviver com pessoas demanda uma compreensão e certo nível de empatia e respeito, um jogo de opiniões e modos corretos de viver (afinal, não existe o modo de viver padrão, é só não ferir ninguém e está tudo certo). E enquanto você expõe sua pequena opinião não percebe o outro absorvendo as suas palavras de forma sincera, questionando a si mesmo em um silêncio quebrado apenas com um “uhum” ou por perguntas pedindo por mais informações. Ele está realmente interessado (é claro que aqui estamos falando de uma discussão em um ambiente saudável e não-intolerante, talvez utópico).

O fato é que, um dia, toda a atenção que você ganhou e não deu o devido valor é jogada no seu colo na forma de uma mudança real de comportamento, mesmo que seja depois de vários meses, e te pega de surpresa. “Como reagir?”, você pode se perguntar e não é fácil mesmo. É tão dificil que você chega a não acreditar e, dependendo da pessoa, responder de forma um tanto indelicada. A reação mais adequada, no entanto, é pedir desculpas pela falta de jeito, no caso de já ter acontecido, e aceitar.

Talvez por experiência, você não aceite muito bem quando as pessoas mudam por você, mas acredite: elas mudam. Por mais intolerante e rígida que a sociedade possa parecer, aquelas pessoas que realmente se importam e querem o seu bem: mudam. E mudar é um sinal de evolução, é um sinal de que ela é uma pessoa melhor. Mudar não é, como alguns podem falar, uma fraqueza, totalmente pelo contrário. No entanto, não espere que você esteja sempre certo e que todas as pessoas precisam mudar por você, em alguns momento você que precisa mudar pelo outro e se tornar uma pessoa melhor e mais forte.

Quando o Deadline não te Inspira

Dizem que quando vai chegando a data de entrega de um trabalho a inspiração vai de um jeito ou de outro. E nos casos que a inspiração simplesmente não vem?

Você estuda, procura referências, quebra a cabeça por várias semanas e de repente percebe que a possibilidade de copiar um modelo pronto e raro na internet é até uma opção válida. Mas por quê é tão difícil solucionar problemas sem briefing? 

Para quem não está acostumado com a palavra, briefing nada mais é do que um nome bonito para “entender o problema do cliente”. Em administração também pode ser chamado de “demanda do cliente”. O que o cliente quer, como ele quer e suas características peculiares. O problema é que, na universidade, alguns professores não passam briefings e deixam o problema aberto para você resolver também, como se não bastasse todo o esforço para resolver o problema. Ou seja, você cria o problema que uma hora vai ter que resolver. O resultado? Você cria primeiro a solução e depois vai pensar no problema. Um grande erro.

O problema de criar a solução e não o problema limita a criatividade, pelo menos no meu caso, e acabo preso nesse ciclo sem fim, porque não decido o problema e consequente não existe solução. O problema é não ter briefing ou o briefing ser muito aberto. “Crie o seu problema”, as pessoas podem vir a falar. A sugestão é criar um avatar de cliente fictício e fingir um problema real, no mundo real. Você não tem criatividade e ou capacidade de criar soluções com a inovação necessária e ainda está sendo cobrado na criação do problema que nem é um problema real. Sempre tive um pé atrás com problemas fictícios porque a solução parece inócua e vazia todas as vezes. Acaba que chega o dia anterior à entrega e você está desesperado atrás de uma iluminação divina e ela nunca chega e esse tal de deadline nunca pareceu tão desesperador. Ou você larga tudo e deixa para lá ou senta e chora bastante porque uma hora as coisas vão ter que acontecer.

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