Todo Mundo Odeia as Cores

É notável o novo movimento colorido que se espalha como uma epidemia pelos jovens brasileiros. E falo epidemia não no sentido ruim da coisa, mas destacando a velocidade com que os tons neons vêm se espelhando.

Em contra partida cresce no mesmo ritmo, ou até mais rápido, o movimento contra essa nova onda colorida. Geralmente composta por adultos e conservadores onde cores estão fora de cogitação. Só digo que não precisa ser adulto para ser conservador.

O que vejo nesse movimento é o que aconteceu com a geração dos nossos pais e o que aconteceu com a geração dos nossos avôs. A aversão.

Num mundo dominado por executivos em ternos que variam de preto a cinza e de cinza a preto as cores se configuram como uma fuga desse sistema formado de rotina e limitante. Exatamente esse sistema que a nova geração quer passar longe que o diabo foge da cruz.

Mas que invariavelmente alguém será pego por ele em algum momento de sua vida.

Acho válida essa invasão das cores nas vestimentas juvenil moderna por mais que os críticos caiam em cima como urubus na carne podre. É um movimento de libertação, é um momento de afirmação daqueles em que as dúvidas são as únicas certezas que eles têm.

E por falar em cores, digo que nada tem a ver com a sexualidade. E mesmo que tivesse, num mundo que SE DIZ moderno e respeitoso com as diferenças a ligação entre os dois não seria motivo suficiente para mandá-los queimar no fogo do inferno.

Nada Para Postar

Minha criatividade não é tanta que eu consiga escrever pelo menos um post por semana, que era o que eu realmente queria. Minha criatividade só trabalha através de suborno, o que é uma merda, porque nunca me ensinaram como subornar a minha imaginação na escola. Por sinal, na escola é o que menos se ensina. Criatividade. O que a gente aprende na escola mesmo? Hm, não sei, será a minha resposta. Aprendi a calcular o tempo que leva um carro a colidir com o outro se um deles vem a 60 km/h e o outro a 100 km/h com a aplicação de uma fórmula louca, mas daqui que eu tenha o resultado os carros já colidiram faz tempo. Aprendi os pesos dos átomos e a como descobrir os elementos que tem afinidade com eles na tabela periódica. Mas pra que se usa isso mesmo? Aprendi a procurar o sujeito, o predicado e a classificar o verbo em transitivo direto ou indireto, mas na vida o sujeito é inflexível. Aprendi a transformar letras em números numa enorme (in)equação matemática que sempre acabava igual, maior ou menor que zero. Aprendi que a Terra é dividida entre trópicos, que o planeta é redondo e que não é possível transportá-lo fielmente para um plano. Aprendi os grandes feitos de pessoas mortas, aprendi os sistemas e os órgãos que constituem o corpo humano. Mas o que eu realmente aprendi na escola? Não aprendi o que significa respeito. Não aprendi o que significa solidariedade, compaixão, humildade. Não aprendi a ajudar, mas aprendi a competir. Aprendi que o importante não é competir, o importante é passar em primeiro lugar numa faculdade pública porque seus pais não aguentam mais pagar para você estudar. Aprendi que as oportunidades não são para todos, são para os mais endinheirados. E que as melhores escolas também. Aprendi que o coleguinha da banca ao lado vai ser meu concorrente por uma vaga no vestibular e concorrente numa disputa por vaga de emprego e que quanto mais cedo eu me livrar dele melhor será para mim. Aprendi a ser um idiota. Ah, isso sim eu aprendi. Nada contra as escolas, apesar de não parecer. Mas tudo contra o sistema de educação no Brasil. Aprendi também que não existem amigos, apenas contatos colecionáveis para aumentar o seu networking para um futuro crescimento profis... Oh, isso eu aprendi na faculdade. E sabe quando em cima eu falei que não sabia o que escrever no post? Pois é. Acabei de escrever um. Fui.

140 caracteres

Na vida tudo passa. Já diria os mais experientes e hoje em dia não há nada mais certo e verdadeiro do que isso. Na vida tudo passa, e hoje passa mais rápido ainda. O que é sucesso hoje não é mais amanhã. O sucesso de ontem já está tocando nas playlists saudosistas dos DJs, em festas relembrando “os bons tempos”. Porque sempre tem isso. O passado é sempre melhor que o presente. Nós estamos sempre nos lamentando de não ter aproveitado o presente no passado, mas continuamos sem aproveitar o presente do presente. E tudo passa rápido, como um carro passando pela arquibancada numa corrida de F1, com a velocidade da luz ou talvez nem tanto. E tudo se torna tão superficial. Não se criam laços afetivos sólidos, não se sabe muito sobre nada, mas se sabe pouco sobre muito. Num mundo onde o hoje já é obsoleto, onde os lançamentos tecnológicos são os melhores por pouco tempo, para que saber muito de pouco se o nada sobre muito já é o suficiente? E ai abaixa a qualidade em detrimento da quantidade. Hoje, o muito é mais valorizado que o pouco, mesmo que o muito seja um monte de besteira, de conhecimento inútil. Hoje nada é sério. Tudo vira uma piada, tudo vira motivo de brincadeira, tudo vira banal. Inclusive o sexo. Se antes ele era sinônimo de demonstração de amor hoje é sinônimo de... nada. Sexo, sexo, sexo. Criamos uma sociedade de palhaços cheios de libido sedentos por sexo como vampiros por sangue.

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Márcio sentou em sua cadeira de frente ao computador, mas a vontade era de chorar. Não que não pudesse chorar na frente do computador, mas s...