E você, o que tem a ver com isso?

Depois que eu assisti ao filme Exam uma coisa ficou martelando na minha cabeça como se um verme introduzido dentro dela estivesse se reproduzindo cada vez mais rápido. Logo quando terminei de assistir ao filme fiquei com essa pergunta na cabeça: “O que você faria pelo melhor emprego do mundo?”, mas não considerei muito importante naquele momento.

O que acontece é que passei a ver as coisas de um modo diferente. Como não sou uma pessoa muito ativa, utilizei a minha passividade para analisar o comportamento das pessoas num ambiente corporativo ou num ambiente que prepara você para esse ambiente corporativo e que lugar melhor para ver esses curiosos exemplares de tipos humanos que numa sala do curso de administração? Não vou defender nem detonar o curso, porque se fosse, com certeza, detonaria o curso. Tentarei ser imparcial.

O personagem de mais destaque no filme é interpretado pelo Luke Mably (Um Príncipe em Minha Vida 2) que é um típico líder egocêntrico que faz qualquer coisa para se dar bem, não importa por quem tenha que passar por cima. Curiosamente, ou não, seu personagem é apelidado de White. É aquela pessoa, que chega a ser um pouco clichê nos dias de hoje, que quer aparecer ou se destacar por algum motivo, seja ele certo ou errado. Ele quer ser notado. Do outro lado está o apelidado de Black, interpretado por Chukwudi Iwuji (The Lane). Se branco e preto são cores opostas, os dois personagens são tão opostos que conflitam entre si.

São oito personagens principais, ou seriam oito personagens principais se os outros seis não ficassem tão de coadjuvantes, como acontece não vida real. Se você já parou para observar toda sala de aula é dividida em dois grupos: os populares, o grande grupo, e os outros (#LOSTfeelings). Esses outros se dividem em grupos menores enquanto o “grupo principal” - vamos chamar assim - anda sempre em bandos. É nos bandos que você consegue perceber quem tem o papel do líder e quem apenas segue o líder. Sim, como num grupo de animais selvagens, por que não? O líder tem o poder, os liderados a falsa sensação do mesmo poder, que na verdade não têm. Em minha opinião é mais um sentimento de comodidade do que realmente a vontade de ter poder. Eles se instalam debaixo das asas do líder esperando que aquela pessoa se dê bem na vida e que o leve junto, o que não é certeza de acontecer.

Então aparecem os grupos menores, isolados em seus mundos paralelos. Em algum momento eles vão querer aparecer e o que fazem? Destacam-se em alguma coisa. Geralmente estudam mais, tiram notas boas, atingem bons resultados e aumentam a produtividade. Por quem são notados? Pelos professores. Pessoas que não vão ter nenhuma influência na sua vida pós-academia. Porém uma coisa boa os mantém unidos, a amizade. Poucas, mas de qualidade, que se mantém depois da formatura, coisa que não acontece com tanta freqüência nos grandes grupos populares.

E ai você chega ao mercado de trabalho. Nele não importa em que grupo você estava, não importa os méritos que os professores lhe davam durante as aulas. O que realmente importa é o que você pode acrescentar à empresa. E como você gerencia isso. O que você faria para ter um emprego dos sonhos. Quem você deixaria para trás para conseguir essa vaga. Quem você trairia a confiança para ficar rico. Você trairia a confiança de alguém? Quem você levaria para cima com você. Quem você faria questão de deixar embaixo. Ser rico é o seu principal objetivo?

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