E toda ilusão cai, mais um vez

Sabe a sensação de “sim, fiz a escolha certa e agora tudo voltará ao normal”? É incrível, eu sei. Me senti assim final de 2008 e começo de 2009. Porque? Passado em universidade pública, sem depender de pai para pagar a mensalidade dos seus estudos, certa independência e certeza de que um dia você acaba. Não contei com a responsabilidade que batia a minha porta, afinal... Ainda era um adolescente de 19 anos que não tinha noção do que era estar entrando na vida adulta. Na verdade tenho medo da vida adulta, não sei se estou preparado mesmo sabendo que tenho que estar desde já. O fato é que todos os meus planos foras por água abaixo quando não consegui entrar de primeira e depois disso toda a minha vida parecia fora dos trilhos.

Não me achava, não fazia a escolha certa, não sabia do que gostava ou deixava de gostar. E passei. Passei para um curso que eu jurava que era o “meu” curso e fui para o primeiro dia de aula mais feliz que criança em parque da Disney World (outro sonho que nunca tive). Não vou me ater aos detalhes bons, que são poucos, mas existem. Vou me ater ao que realmente importa, os fatores da desilusão.

É assim, nunca fui chegado a pessoas que se acham demais. Talvez isso vá contra a minha falta de auto-estima, talvez fira o meu desejo de ter algum amor por mim, apenas ao desejo. Mas convivo perfeitamente com pessoas assim. O problema é quando o dinheiro é a estima das pessoas, quando te olham “de cima” porque você não tem o netbook próprio e precisa pegar emprestado de alguém porque o professor não levou o dele. Porque você não veste jeans da Calvin Klein, camisa estilosa da Calvin Klein, cueca da Calvin Klein e (PÁSMEN!) sandálias da Calvin Klein (que me parece uma Havaina com a logomarca da CK colada em cima do nome). Ou porque você não tem um Adidas Star e nem tem dinheiro para comprar um. Ou porque você vai de cabelo bagunçado, cara de sono e bermuda e chinelão velho. Sim pessoas assim me irritam e fazem parte de 90% da minha sala. Outro fator são as matérias/professores. Ô, troço chato! Eu quero criar, eu quero ir pra campo, eu quero prática. Não quero “clássicos da administração” que não mudam em nada a minha vida pessoal e nem acadêmica.

Antes de dormir estava pensando porque escolhi administração por tanto tempo como o curso certo para mim e quando finalmente consigo vejo que apenas alimentei mais uma ilusão na minha vida. Mais uma entre tantas outras que já passaram e, para meu medo, ainda virão. Me pergunto se a minha vida não é apenas uma ilusão. Me pergunto se tudo o que tenho, realmente tenho. Se tudo que quero, realmente quero. E se tudo que acho que é, realmente é. Dou créditos, sim, a filosofia. Essa sim é uma matéria digna das minhas horas de estudos, mesmo elas não sendo muitas.

Desabafei, ufa!

That’s all, folks.

Um comentário:

  1. eu tava falando exatamente isso com nathália, ela tava me contando o quanto tu estava desiludido com o curso e com o povo da tua sala [que ela diz só ter filhinho de papai] mas com fé e missão cara que se a gente quiser o mundo se ajeita ;)

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