Não é de você que sinto falta

É aquela sensação tão clichê das borboletas, da ansiedade de querer te ver. A falta, que ainda sinto, mas, principalmente, a possibilidade de te encontrar. Te esperar sentado, no banco do shopping, tendo a certeza que todo mundo que me olha percebe que naquele momento eu sou uma pessoa muito feliz. Enquanto te espero. No banco, no shopping, na parada de ônibus, em frente ao teu prédio na faculdade, na vida.

Te espero, mas você não está pronto. Espero. Seríamos dois em um. Seríamos dois por um.

A tua ausência transborda no meu dia, seguro as lágrimas e me pergunto por quê tanto apego. O que em você me prendeu tanto, menino? O teu sorriso largo ou tua revirada de olho abusado quando não gostava de alguma coisa. A tua inteligência, teu senso crítico ou tua determinação de correr atrás das tuas metas pessoais. O teu jeito de querer me beijar a todo tempo, aproveitando cada momento. De me surpreender com a tua presença na partida do ônibus. O teu abraço, o teu carinho desajeitado, o teu sexo em lugares inusitados.

Procuro em outros o que achei em você. Seguro em outros, mas nenhum deles parece você. E eu estou novamente nesse ciclo de rio profundo do ascendente em escorpião. Do drama, do sofrimento e das lágrimas de sol em câncer com lua em peixes. De apego, de desejo. Contigo me abri como não conseguia com ninguém a muito tempo. Contigo consegui uma coragem que não sentia a muito tempo. Contigo tinha uma vontade de nunca sair do teu lado.

O que em mim te fez desistir da gente, menino?

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