A esquina de casa é o meu horizonte que fico encarando, esperando que a próxima pessoa a despontar no meu campo de visão será você com um sorriso no rosto, uma tensão no olhar e a ansiedade de me envolver em seus braços fortes para nunca mais soltar. Mas não vai voltar. Você sabe que eu sou uma pessoa com muita esperança.
Afasto os pensamentos ruins, me encho de luz onde por muitos dias só houve mágoas e choro. Eu não quero ser só amigo. Tudo bem ser amigo, mas eu quero mais. Vivo com saudade no peito, lembrando de você o tempo inteiro em pequenos gestos que eram nossos. Agora é meu. Que volte a ser nosso. Fico querendo que a minha falta não te cause tanto mal quanto a sua me causa, porque não quero mais ser causa para o seu sofrimento.
Talvez você já tenha beijado outras bocas, tocado outros corpos. Ou talvez não. E tudo bem. Faz parte e um dia eu vou me acostumar com a ideia de que eu também vou fazer isso, mesmo hoje parecendo tão distante. A ideia de outra pele tocando a minha me causa repulsa. É a sua que eu quero. A ideia de experimentar outros beijos me causa aversão. É o seu que eu quero.
A sensação do deixar ir é estranha. É se despedir de um sentimento tão forte e sincero que você quer que fique, mas ao mesmo tempo é deixar partir o que já não vai te fazer mais bem. Mas que já te fez maravilhoso por tanto tempo, até em momentos turbulentos. A vontade é deitar naquela cama de pallets, encostar a cabeça no seu peito, passar os dedos na tua pele e, eventualmente, cochilar em total segurança. Vou sentir falta disso para sempre, com a esperança de que um dia você vai querer trazer de volta o nosso arco íris para a minha vida. Te amo.