À Vida

Na vida estamos dispostos a tudo. Corremos riscos em todos os momentos, mesmo quando tentamos evitar. Correr riscos é viver e viver nunca foi fácil. Empurrado ladeira abaixo fui obrigado a sair de um estado letárgico, subitamente. Ou talvez nem tanto. Se me pedissem em algum momento para definir meu ano em uma palavra, eu diria: crescimento. Em todos os sentidos.

Viver é ter surpresas que plantam em sua boca um sorriso frouxo por uma semana inteira, é encontrar pessoas que você vai levar para a vida inteira. É esbarrar em situações improváveis com gente que vai atrair sua atenção, ganhar seu interesse e admiração. É acabar o dia com a sensação de completude.

Viver é se machucar. Se decepcionar. É desconstruir a cada dia todas as imagens construídas ao redor das pessoas, é derrubar parede por parede a construção sólida levantada em sua própria mente. Viver é, entretanto, não desistir de ninguém por nenhum motivo. É chorar em um abraço apertado. É dizer, sem palavras, que você o perdoa. É mostrar, através de atitudes, que você vai estar sempre por perto. É sorrir quando todo o mundo espera que você não o faça.

Viver é passear um passeio ora agradável ora nem tanto. Passei por cobranças, decepções, reflexões, me conheci melhor, conheci pessoas que gostei, conheci pessoas que nem tanto. Senti ciúmes em níveis que jamais ousei pensar em sentir. Chorei as dores da distância, do sentimento de desapreço, da dúvida. Fingi fortaleza enquanto era castelo de areia. Senti amor. O amor que constrói e edifica. O amor corajoso, o amor destemido. Incompreendido. O amor que deseja ser eterno e luta para que o seja.

Na vida estamos dispostos a tudo. E hoje posso dizer: vivo.

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