Odeio te ter como porto seguro.
Odeio ter jogado em você minha âncora.
Maldita âncora. Maldita hora.
Recolho-me para fuga, desisto a vista do mar revolto.
Agitado. Me amedronto.
Odeio ter em você meu porto.
Seguro inseguro as suas mãos.
Me soltas.
Me deixas à vontade de um mar de ondas fortes que me jogam contra a vida que eu nunca quis ter.
Me olhas dançando n’água. Me perguntas o que faço. Nado.
Nado sem rumo e rumo ao teu lindo semblante.
Nem puro nem sujo.
Tão lindo.
Tão perto que sinto tua respiração quente.
Tão distante que não diferencio indiferença ou desejo.
Me pega, por favor, estende a tua mão e me pega.
Me salva desse mar revolto infestado de sentimentos ruins, lotado de desprezo.
Me salva dos meus próprios medos. Anseios.
Acende a tua luz na minha escuridão.
Me pega. Me salva. Me acolhe. Me atraca.

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