Faz Tempo Que Não Te Vejo...

Faz tempo que não te vejo caminhando lentamente, observando os detalhes, agindo como um turista visitando a cidade. Admirando cada detalhe das construções antigas às mais modernas. Faz tempo que não compartilhamos momentos do nosso dia juntos depois de vários que ficaram apenas na memória. Hoje nem seu telefone anotado num pedaço de folha de caderno guardado no fundo da mochila eu tenho mais. Faz tempo que você deixou de sonhar aqueles sonhos que me confidenciava enquanto estávamos sentados no chão do colégio na hora do intervalo com todos os outros correndo pela quadra ou descendo no escorrego. “Não estou mais na idade para isso”, você poderia me falar. E eu te responderia que não há idade para sonhar, não há idade para sentar no chão e nem idade para compartilhar sonhos com os amigos. Dir-te-ia que ainda sonho em achar amigos que não se sintam velhos para sentar no chão enquanto os outros correm em seus carros importados procurando o negócio da vida deles, aquele que vai lhes deixar ricos. Ricos, sozinhos, sem sonhos, sem amigos – os verdadeiros, pelo menos. Aquela amizade que a gente acreditou que duraria para sempre e que agora não passa mais do que lembranças boas que colocam sorrisos nos meus lábios enquanto, sozinho, lembro sentado numa cadeira de escritório onde me sinto deslocado, sem amigos não importe quantas pessoas estejam ao meu redor. Pessoas não são substituíveis, você não será substituída e deixará vazia a sua vaga na minha vida. Uma parte faltando do meu quebra-cabeça.

Sobre Fases, Decisões e a Vida

É tão bom quando, perceptivelmente, uma fase da sua vida acaba para que outra possa começar. Como muitas mudanças em você e no mundo ao seu redor podem passar despercebidas, observar uma mudança acontecer é algo fascinante (pelo menos em minha opinião). Você se torna uma pessoa diferente, porém nem melhor nem pior você apenas continua a ser você. Com mudanças. Porque não precisamos ser os mesmos desde que nascemos até o momento em que morremos e não o somos. Viva! Mudamos de perspectiva, mudamos de opiniões, mudamos nossos gostos, mudamos de amigos, mudamos de namorado, mudamos como namorados. Mudamos nosso jeito de vestir, mas ainda continuamos nós. Na essência. Não somos manipuláveis quando mudamos de opinião diante de um argumento bem estruturado e coerente, mais coerente que o seu.

E quando essa fase chega, você percebe, sorri e continua a construir seu caminho do modo que você sempre quis mesmo que você nunca tenha percebido que estava construindo um caminho. Uma vida de escolhas, algumas certas outras nem tanto. Arrependimentos são inevitáveis. Decepções. Aquilo não sendo exatamente o que você queria, ou sendo tudo o que você queria ou mais. Algumas decisões te dão mais do que você desejava, outras não te dão nada de bom e outras te dão apenas o básico. Mas mesmo com o básico você se arma com novas ferramentas e já é alguém com mais experiência que antes. Porque no final das contas tudo vale a pena nesta vida tão incerta e tão curta.

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