A Volta


Ei, vem aqui.
Deita a tua cabeça no meu peito.
Eu te abraço.
Faço cafuné nos teus cachos e te digo que tudo vai ficar bem.
Sente nos meus braços a proteção que eu sempre quis te dar.
Deixa essas lágrimas rolarem.
Solta tudo o que está preso na sua alma.
Eu aguento tudo. Pode transbordar em mim.
Não disfarça, não abafa. Sente. Transborda.
Eu te amo imensamente. E eu sei que é recíproco.
Vem sem medo. Vamos juntos.
Eu te espero e eu sei que tu me desejas.
Segura a minha mão, nada foi mentira.
Encosta o teu corpo no meu, me deixa sentir a tua pele.
A tua respiração aquecida.
O teu coração batendo mais rápido.
A tua calma. Seja.
Ao meu lado apenas seja. Seja você, foi isso que eu sempre amei.
Você, por inteiro. As qualidades. Os defeitos.
O riso frouxo. A cara de bobo. O brilho no olhar. A determinação nas atitudes.
O toque das mãos quanto entrelaçávamos nossos dedos.
O abraço apertado. O ombro de apoio quando me acabava em choro.
E eu podia ser eu mesmo. Por completo. Inteiro.
Eu te amo cada dia mais, não se engane.
A distância não é grade de prisão. Não esmaga e não destrói esse sentimento.
A distância é pasto. É confirmação.
É a verdade jogada na nossa cara de que somos um para o outro.
É o aguardo constante da volta.
É a ânsia pelo momento do toque.
É a espera pela mensagem de “precisamos conversar pessoalmente”.
É o desejo de ouvir mais uma vez nosso “eu te amo”.
E te amo. Profundamente.

Três Verdades

Os últimos meses não têm sido fáceis, nem um pouco. Bem difíceis, na verdade. Vários talvez estejam dizendo que ele se arrepende porque foi descoberto. Muitos devem estar dizendo que “ex não muda” e que acreditar nisso é loucura. Poucos podem dizer que um erro não define ninguém nem o futuro de ninguém. Que daqui a poucos anos ou meses ninguém mais vai lembrar-se de nada.

Eu lembro. Ele, principalmente, lembra.

Nesses últimos quase três meses andei pensando muito sobre a vida, sobre decisões e sobre atitudes. Sobre fatos e sobre interpretação dos fatos. Dia desse eu estava passeando no twitter quando uma frase me fez refletir por muitos dias. Ela dizia “um fato sempre possui três lados: a minha verdade, a sua verdade e o fato em si”. Pouco antes disso havia acontecido uma situação onde se discutiam os erros com um antigo namorado e a seguinte conversa veio a tona: “mas o que eu fiz não foi traição. Eu nunca te traí”; “para mim foi!”.

O objetivo não é discutir o conceito de traição, mas entender como o mesmo fato pode ser interpretado de diferentes formas. Para um, uma exposição desnecessária, sim. Um erro, sim. Traição, não. Para o outro, traição sim. E fim. Mesmo que sem nenhum objetivo ou desejo sensual ou sexual. Por mais que coloquemos em cima da mesa fatos e justificativas, os conceitos pessoais justificam atitudes e afastam pessoas que se amam. Criam duas verdades sobre um terceiro fator, o fato em si. Separam os caminhos por orgulho ou rancor, por vergonha.

Separam dois corpos que se completam. Que juntos formam um só corpo tão forte. Só com conversa às vezes não se resolve. Uma, duas, três conversas depois. Um, dois, três pedidos de “volta para mim” depois. Uma, duas, três crises de choro depois. Quando você vai voltar? A falta. A dor. A solidão. O beijo. Já disse o quanto te quero de volta. Te quero por inteiro. O perdão pode vir com o tempo, ou pode nunca vir, mas o autor do erro sempre será pintado dependendo do círculo ou do lado onde ele transita. E para muitos ele vai ser daqui para frente um demônio definido pelo seu erro. E a partir do momento que ele percebe que não pode fazer muita coisa a respeito, que já assumiu o erro quando preciso, ele segue. Quando ele percebe que quem o define é ele e apenas ele, ele segue. Espera a volta do outro, espera agarrado no amor que ainda resiste. Até quando? Fraqueja, bambeia, tropeça. Não diminui, mas até quando? Esperando.

Até quando?








Escombros de Mim



Não me peça presença se você não tem planos de voltar.
Não me peça presença se para você eu sou agora só mais um.
Não me peça presença se a nossa história não significa mais nada para você.
Não me peça presença se na sua vida não faz mais falta a minha presença.
Quando você foi embora levou contigo o meu chão, a minha alegria.
Levou as lembranças contigo, eu não sei mais ser feliz sozinho.
Agora eu tenho que aprender a conviver entre os escombros de mim mesmo.
Juntar as migalhas que sobraram do meu coração.
Coração que você levou consigo, coração que já não sinto mais.
Não me peça presença enquanto você se deita com outro na sua cama.
Cama que um dia foi nossa. Foi minha.
Não me peça presença se você não me ama mais.
Porque eu te amo tanto e esse amor me mata a cada dia.
A tua ausência é um peso que carrego diariamente, um peso muito grande.
A tua ausência está presente nas lágrimas que brotam em meus olhos.
Em qualquer dia. Em qualquer lugar. A qualquer hora.
Eu não quero ser amigo.
Então não me peça presença enquanto eu for, para você, apenas um amigo.
Não me peça presença. Não é justo.
Não me peça presença se essa presença dilacera a minha alma a cada mensagem fria.
A cada anseio por um abraço não correspondido.
A cada toque dos teus lábios que eu não recebo.
A cada toque em tua pele que eu não sinto.
Não me peça presença se a tua rotina não se cruza mais com a minha.

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