E agora eu sou o que? Me explica.
Nunca fui bom em decifrar mensagens deixadas nas entrelinhas de conversas, indiretas ou gestos. Sou péssimo, na verdade. Me falta aquela habilidade social que todos tanto prezam, me falta. Não tenho culpa (ou tenho culpa). Entendo todos os convites para saídas não-feitos, entendo todos os outros tantos meus recusados, talvez eu não seja o melhor ou mais habilidoso participante de uma conversa, talvez o menos.
Já imaginei várias conversas não-tidas e todas pareciam tão divertidas. Já revisei todas as conversas como se lesse um histórico de mensagens em uma rede social qualquer, a conversa parecia tão divertida. Parecia tão sincera que acreditei quando disse que era para sempre, mas parece que o sempre vem com ponto final. Sempre. Eu tento entender onde errei ou onde erramos. Não te culpo e, pela primeira vez na vida, não me culpo. Não me culpo pelo afastamento, não me culpo pela saudade, não me culpo pela falta. Faz parte. Pessoas chegarão e me deixarão, umas irão mais rápido e outras nem tanto, mas em algum momento todos somem.
Fui de anônimo para admirador, de admirador para amigo, de amigo voltei ao anonimato e é a pior sensação. Eu podia apenas chegar e falar “oi, tudo bom?”, mas já falei que sou péssimo nesse trato interpessoal.
Parece carta de amor, mas na verdade não é. É que apenas sinto falta de todas as conversas, de todas as “brigas” por conta de gostos musicais, de todos os gostos compartilhados.
Parabéns a nós. Pode parecer anos, mas não sei se percebeu que hoje completam exatos três meses de ausência e eu só tenho uma coisa a falar:
“Espero que esteja feliz com a sua vida. Espero que o seu trabalho esteja te trazendo satisfação e realização pessoal. Se não, que ao menos te traga dinheiro suficiente para que você realize coisas que te faça feliz. Que você se relacione com pessoas que te façam bem e não quebrem seu coração, pessoas que não te decepcionem, pessoas que te estimulem intelectualmente. É importante. Espero que esteja rodeado de amigos que te façam isso, que sejam habilidosos socialmente e que desenvolvem em você o desejo de ter eles ao seu lado naquela festa, naquele bar, naquele cinema, naquela festa só ‘pros mais chegados’”. Fim.
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