The Dog Days Are Over!


And every demon wants his pound of flesh
But I like to keep some things to myself
I like to keep my issues drawn
It's always darkest before the dawn

And I've been a fool and I've been blind
I can never leave the past behind
I can see no way, I can see no way
I'm always dragging that horse around

Our love is questioned, such a mournful sound
Tonight I'm gonna bury that horse in the ground
So I like to keep my issues drawn
But it's always darkest before the dawn

Shake it out, shake it out! […]
And it's hard to dance with a devil on your back
So shake him off


E finalmente aprendi o que é esse tal amor próprio. Finalmente aprendi que algumas decisões são difíceis, porém necessárias. E aprendi que alguns sentimentos só te fazem mal, por mais bonito que possam parecer, e que cultiva-los é a mesma coisa de insistir em uma gestação psicológica: o bebê nunca vai nascer, mas você está sempre esperando que o parto aconteça.

A decisão cai em cima de quanto tempo você está disposto a sofrer. Quanto tempo uma pessoa se permite sofrer? Quanto tempo vale sofrer por certas razões? Existe razão certa para sofrer? Se sim ou se não, a decisão é pessoal e intransferível, igual prêmio de uma promoção qualquer. A promoção oferecia um cavalo de Tróia. Caí como um patinho.

O fato é que cada dia que passa você instala dentro si um detonador. Cada dia, um detonador novo. A ameaça fica cada vez mais forte, a angústia por ainda estar vivo aumenta e você fica esperando apenas o momento que alguém venha desfazer toda a rede de explosivos. Ou você explode. Implode. Todos os explosivos que você instalou em pontos estratégicos explodem e destroem a sua estrutura, como um especialista que derruba uma edificação. O que resta são escombros. O que aciona o gatilho? Quem aciona o gatilho? Às vezes você é apenas pego de surpresa.

Se uma andorinha só não faz verão, tenho certeza que esta mesma, solitária, é capaz de fazer um inverno filho da puta. E entre as águas que caem dos seus próprios olhos, você toma cuidado para não se afogar. Vai recolhendo os próprios cacos num trabalho de repensar tudo o que vinha vivendo até este momento e percebe, de repente, que não dá mais. Te lembra de quem tu eras: um brincalhão. Um otimista, apesar de todo o pessimismo. Alguém que acreditava na vida, apesar de toda a felicidade. Agora compara com o que se tornaste e escolhe quem tu quer ser. Eu escolhi viver e ser feliz.

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